Para os que elogiaram.
A MORTE DE UM CANALHA!
Por motivos que desconheço Arnaldo Jabor trocou uma carreira cinematográfica respeitada pelo papel de porta-voz de uma burguesia conservadora, oscilando entre o nojo e o medo do crescente espaço que o Partido dos Trabalhadores passa a ocupar na política nacional a partir da década de 1990.
Seus textos e vídeos taxativos e exaltados são obrigatórias em qualquer análise que busque as origens do discurso que que nos levaria até aqui e agora.
Seus alvos favoritos, o PT e Lula. O desprezo burguês era tão grande que chegou a comparar a disputa entre Lula e FHC em 1994 com a escolha entre um encanador e Jean-Paul Sartre (logo Sartre, um dos mais corajosos e militantes filósofos de seu tempo, próximo do marxismo e engajado na luta anticolonialista e antirracista).
Nos artigos para o Globo e comentários para a TV Globo, escolheu emprestar sua palavra escrita ou falada, para disseminar preconceito e mentiras, muitas mentiras, subindo muito o tom após a eleição de Lula.
Sua fala televisiva é impressionante ainda hoje, pela crueza e pelo indisfarçável desdém com que tratava a esquerda organizada do país, que não hesitava em chamar de atrasada, saudosista, reproduzindo o pensamento mais elitista e neoliberal, que pretende transformar toda e qualquer medida antipopular em inevitáveis “reformas modernizantes” e outros mantras repetidos monopólio da comunicação (aqui, sim, Lula merece um puxão de orelha) de que passou a ser porta-voz.
Se elogiam sua obra cinematográfica, penso que muito mais impacto para o país teve sua obra como comentarista político. Foi um dos principais, articulistas que inocularam, a conta-gotas, o veneno na sociedade brasileira e gestou, desde a farsa da lava jato ao golpe de 2016 e a eleição de Bolsonaro, esta fruto direto da prisão do “encanador”, objetivo principal, da cruzada contra a corrupção.
Para quem é jovem demais e não teve o desprazer de conhecer o personagem, saiba que, morreu um canalha.
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