quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

A palavra amor anda vazia. Não tem gente dentro dela.

 


A banalização da vida, dos direitos humanos e do respeito encontra abrigo nos regimes neofascistas. É como se fosse ridículo ser honesto, ser solidário e preocupar-se com o outro. O que vale para eles é proliferar o medo, a mediocridade e o lugar comum. A leitura e os livros são substituídos por, no máximo, 280 toques no Twitter. A preocupação com a verdade é uma questão menor e as fake news se impõem. É o regime da completa falta de caráter.
Ainda hoje, mães e pais se negam a ser vacinados e, não vacinam os seus filhos, menores e sem capacidade de decidir. Mesmo com 5 milhões de mortos no mundo, sendo 630 mil só no Brasil, a Covid continua sendo politizada por uma ultradireita inculta e obtusa. Um bando de canalhas que optou por expor todos com a decisão obscurantista de não seguir a ciência. Assassinos que deveriam ter,  seus direitos questionados. O exemplo da Austrália, com o idiota do Djokovic, ou , "Djocovid", deveria servir como alerta. E os patrocinadores desse jogador, por que não vieram a público retirar os patrocínios? E os consumidores dessas empresas que o patrocinam, por que não fazem uma onda de cancelamento? É uma guerra e vale enfrentar os fascistas, os negacionistas e os calhordas em todas as áreas.
Esta é uma discussão necessária: na pandemia, até que ponto vai a liberdade individual relacionados à propagação do vírus e o direito da coletividade? Se, num estado extremo pandêmico, o cidadão pode alegar que não quer usar máscara, que não quer se vacinar, não permite que seus filhos sejam vacinados e que pretende levar uma vida normal dentro da mais completa anormalidade, temos o direito de isolá-lo.                             
É só lembrar que mais de 1450 crianças, de zero a 11 anos, já morreram de Covid no Brasil. Esses cidadãos deveriam ser obrigados a se retirar completamente do mundo: sem direito a usar transporte público, a frequentar lugares públicos e a ocupar cargos públicos.
No momento que o Brasil passa a ser o terceiro no mundo em número de mortos, atrás dos EUA e da Índia — nos temos 212,6 milhões de habitantes,  os EUA têm 329,6 milhões e a Índia 1,38 bilhão — é preciso nos posicionarmos contra os negacionistas. 
Como priorizar o direito individual de não seguir as determinações da ciência? Não estamos numa época em que é permitido privilegiar esse grau de egoísmo. O inimigo não é o vírus. A ignorância, o egoísmo e a falta de solidariedade é são. O ar que falta aos que são acometidos pela Covid, e que leva ao óbito, parece que também levou uma parte da população a um estado de indiferença criminoso. Uma venda foi colocada nos olhos dos negacionistas, que seguem alheios, orgulhosos e convictos da sua estupidez.
É hora de privilegiar, em todos os espaços, o direito coletivo para fazer frente a essa ignorância, que é a marca do atraso e do obscurantismo. 
A palavra amor anda vazia. Não tem gente dentro dela.

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