sábado, 6 de agosto de 2022

F E L I Z D E N O V O

 


A Emenda Constitucional 16, de 1997, possibilitou a reeleição para as pessoas que ocupavam cargos no Poder Executivo em qualquer nível. Foi pensada e votada para permitir que, no ano seguinte, 1998, o então presidente Fernando Henrique Cardoso se reelegesse para mais quatro anos no Palácio do Planalto.  Gravações entre deputados escancararam que eles receberam R$ 200 mil cada para votar a favor. Se acontecesse na era do orçamento secreto, talvez seriam R$ 200 milhões. Afinal, em tempos de governo Bolsonaro,...

No ano de 2020, o principal beneficiário, Fernando Henrique Cardoso, reconheceu, numa frase que foi um erro ter permitido a reeleição.

No final do segundo mandato, o presidente Lula tinha uma aprovação popular de 80%. Seria reeleito com a mais absoluta tranquilidade. Não precisaria comprar a terceira eleição, era só sinalizar para o Congresso Nacional a sua concordância, já que a pressão para passar a emenda constitucional era enorme. Ele, em um gesto que demonstra o estadista que é e mostra o seu espírito público, categórico, afirmou que não aceitaria um terceiro governo. E disse mais, defendeu o fim da reeleição e um mandato com duração de cinco anos para Presidente da República. Foi claro: “Em vez de democracia, você teria uma ditadurazinha. Eu acredito na alternância de poder”, complementando que ele não “brincava” com a democracia.

A história dá razão à posição adotada por Lula e os fatos definem a dimensão do político que ele é: não quis que o Brasil virasse uma republiqueta de banana.

O atual presidente da República mostrou ser um político despreparado para o exercício da função de chefia do Executivo. São inúmeras as manifestações que  evidenciam que ele sequer tem a dimensão do cargo que ocupa. 

É banal, vulgar, agressivo, arrogante, inculto e não tem o mínimo respeito pelas instituições, ou pelo povo, país. Escolheu uma linha política golpista e passa o tempo todo provocando o Judiciário numa tentativa de desestabilizar o país.

O Legislativo, ele cooptou. Para não sofrer o impeachment, já que ele é um serial killer em matéria de crimes de responsabilidade, entregou o governo para um grupo de congressistas e só cuida da reeleição.  Como se tivesse vendido boa parte dos poderes que vieram com a eleição para chefe do Executivo. Abriu mão. Loteou. Nas relações com o Congresso, age  de maneira contrária ao que apregoava quando era um deputado do baixíssimo clero.

É cansativo o ataque  que o Coiso faz aos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em alguns casos, as ações do presidente não deixam dúvidas dos crimes de responsabilidade que ele comete ao propor a quebra da institucionalidade entre os Poderes; parece ser caso de interdição dadas dis ataques diariamente. É constrangedor! Depois de desmantelar todas as áreas do Estado - Saúde, Educação, Cultura, Ciência e Economia -, ele agora investe contra a estabilidade democrática.

Para piorar, além da natural disposição de fazer “o impossível” para ser reeleito, um motivo: o medo de ser preso, junto com seus filhos e auxiliares. É inacreditável um presidente ter esse temor. É uma declaração de culpa. Ele sabe o que fizeram. A reeleição virou um projeto que envolve o medo de evitar a cadeia. Ele chegou a afirmar que reagiria a bala a uma ordem de prisão.  Brasil não merece viver esse show de horrores.

Para voltarmos à normalidade democrática, o  primeiro passo é, agora em outubro, pelo voto, devolver esse grupo para a sarjeta de onde nunca deveria ter saído. Mas é necessário voltar a colocar a política como prioridade nacional, valorizando-a como maneira de convivência entre as pessoas. É assim que se faz a democracia, se faz  um país mais igual, mais justo, mais digno e mais solidário. Até feliz.

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