terça-feira, 6 de junho de 2023

A JUSTIÇA E O MARCO TEMPORAL

 



Nos últimos anos, vimos o ex-presidente da República debochar das agonias de pessoas com Covid, vimos sugerir que havia o envolvimento de Dom e Bruno com o tráfico; vimos o ex-vice-presidente afirmar que eles faziam mal a pobres trabalhadores ribeirinhos; vimos o advogado de defesa dos assassinos construir uma historia repugnante, tentando transformar Bruno em vilão e Dom em aventureiro, como fizera com a memória da irmã Dorothy Stang.   

Vimos também solidariedade vinda de todos os cantos do planeta, pessoas com amor pela floresta e pela autonomia dos povos originários. Vimos os indígenas realizar as buscas pelos corpos, quando o Estado desdenhou a urgência em procurá-los. Vimos artistas cantar em memória deles, e vimos jornalistas com a verdade rebatendo as mentiras. 

Depois de tanta dor e sofrimento, seguimos fortalecidos nessa luta por um mundo mais justo, um planeta mais vivo e uma sociedade mais diversa, atentos dois julgamentos: o dos culpados das mortes de Bruno e Dom e o do marco temporal de ocupação para as terras indígenas. A Justiça e à preocupação que o país dedica à proteção do meio ambiente. São indissociáveis. 

Precisamos  nos unirmos para garantir os direitos dos indígenas às suas terras, defender nossa Constituição, nossa democracia, nosso futuro. Fazer justiça a Bruno e Dom não é apenas punir os responsáveis por suas mortes.  

Não ao marco temporal é, também, honrar a memória deles.

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