Fotos tremidas.
Poemas sem rima.
Papéis amassados.
Amores não ditos.
Rabiscos mal feitos.
Páginas de livros.
Rascunhos rasgados.
Projetos falidos.
Cartao postal desbotado.
Letra de música.
Envelope lacrado.
Carta não lida.
Lágrimas secas.
Sentimentos fechados.
Gaveta trancada.
Chave perdida...
O choro.
Um corte a ser curado.
Sem dores.
Não tenho medo.
Cuspo.
Aponto os dedos.
Atiro flechas.
Pontas envenenadas, até que uma delas retorne.
Errada, confusa, perdida.
Me faça alvo, no caminho contrário.
É no frio, na sombra, no escuro.
É durante a tempestade que me sei pequeno.
Frágil.
Quebrável.
Que me percebo inseto correndo o risco de ser pisado.
É só no desespero do grito engasgado que volto à gaveta esquecido.
Remédios.
Curativos.
Esparadrapos.
É quando penso na bala de um tiro,
No corte de uma faca,
No nó de uma corda pendurada no canto da sala.
Peço socorro às palavras.
Que curam rasgos.
Talas que juntam ossos quebrados.
Comprimidos que devolvem o silêncio do sono.
Num sonho
Voltar no tempo
Acomodar velhos sentimentos
Aquietar algumas saudades..!
E então
Palavras líquidas, líricas, etílicas estancam meu sangue.
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