sábado, 3 de junho de 2023

RESPONSABILIDADE AFETIVA.

 



Se tudo existe é porque sou. Mas por que esse mal estar? É porque não estou vivendo do único modo que existe para cada um de se viver e nem sei qual é. Desconfortável. Não me sinto bem. Não sei o que é que há. Mas alguma coisa está errada e dá mal estar. No entanto estou sendo franco e meu jogo é limpo. Abro o jogo. Conto os fatos de minha vida: não sou secreto por natureza. O que há então? Sei que não quero a impostura. Recuso-me. Eu me aprofundei mas não acredito em mim porque meu pensamento é inventado.  

Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completo quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom seria ser inteligente e não entender. É estranho, como ter loucura sem ser doido. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.  

Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Escrevo para demonstrar responsabilidade afetiva. Não quero que altere nada…Quero que você tenha um sorriso, não desses que vejam, mas um riso franco e alto que só você ouça e eu veja.

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