terça-feira, 12 de abril de 2022

NÓS NÃO SOMOS ELES!

 




Eles mandam cimentar o quintal e ladrilhar o jardim. 

Querem todo mundo igual, cantando o hino.

Gostam de frases de efeito e piadas de bicha.

Chutam cachorro, chicoteiam cavalo e matam passarinho.

Desprezam a ciência, porque ninguém pode ser mais sabido que eles.

São rudes na língua e flatulentos por todos os seus orifícios. 

Recorrem à religião para serem hipócritas e à brutalidade para serem respeitados.


Eles detestam a arte, pois não querem ter que entender nada. 

Odeiam o diferente, pois não tem um pingo de originalidade em suas veias. 

Seguram de si, acham que a psicologia não tem necessidade e que desculpas não se pede.

Falam o que pensam, principalmente quando não pensam. 

Furam filas, cantam pneus e passam sermões. 


Eles não têm vergonha na cara.

Querem ser autoridade, para poderem dar carteiradas. 

Querem vencer, para ver o outro perder. 

Querem ser convidado, para cuspir no prato.

Querem bajular o poderoso e debochar do necessitado. 

Querem andar armado.

Querem tirar vantagem em tudo. 


Unidos, eles fazem passeatas de apoio e protestos a favor.

Atacam como hienas e se escondem como ratos.

Existe algo mais brega do que um rico roubando ou  pastores de igreja metidos em falcatruas? 

Algo mais chique do que um pobre honesto? 

É sobre isso quero falar, apesar de tudo que está acontecendo. Porque só o bom gosto pode salvar este país.


Rudah, nós não somos eles!


(Qualquer semelhança com figuras bizarras, bolsonarentas não é mera coincidência.)

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