quarta-feira, 19 de agosto de 2020

onde os sonhos se encontrarão.

 

Me encantou em contraluz.

Quis perguntar: quem é?

Mas a voz fraquejou, sem jeito lhe pegava as mãos, como se desatasse um nó. 

Soprei seu rosto sem pensar e o rosto se desfez em pó.

Voltou por encanto cantando a meia voz.

Perguntei: quem é?

Mas faltou a luz.

Fugia devagar de mim, e quando te segurei, seu vestido se partiu.

O rosto já não era o seu.

Há de haver algum lugar um casarão, onde os sonhos serão reais, a vida não.

Por ali você reinaria, seus risos, seus ais, sua tez.

E uma cama onde à noite

sonhasse comigo talvez, em algum lugar deve existir um bazar onde os sonhos extraviados param, e todos nossos sonhos se encontrarão.

Escadas? Fugirão  dos pés.

Relógios? Rodarão  pra trás. 

Se eu de novo sonhar?

Não acordarei mais!

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