Me encantou em contraluz.
Quis perguntar: quem é?
Mas a voz fraquejou, sem jeito lhe pegava as mãos, como se desatasse um nó.
Soprei seu rosto sem pensar e o rosto se desfez em pó.
Voltou por encanto cantando a meia voz.
Perguntei: quem é?
Mas faltou a luz.
Fugia devagar de mim, e quando te segurei, seu vestido se partiu.
O rosto já não era o seu.
Há de haver algum lugar um casarão, onde os sonhos serão reais, a vida não.
Por ali você reinaria, seus risos, seus ais, sua tez.
E uma cama onde à noite
sonhasse comigo talvez, em algum lugar deve existir um bazar onde os sonhos extraviados param, e todos nossos sonhos se encontrarão.
Escadas? Fugirão dos pés.
Relógios? Rodarão pra trás.
Se eu de novo sonhar?
Não acordarei mais!
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