domingo, 3 de janeiro de 2021

Decidi limpar tudo

 

Choveu muito por aqui. Decidi limpar tudo. Em mim, também. Vejo gente dizendo das sujeiras do mundo. Também digo. Mas sei ver as sujeiras em mim.

Vou rezar para os dias que virão, vou encontrar outras calçadas para caminhar, vou viver a novidade que posso, enquanto posso.
 
É ano novo. E há um broto de flor se abrindo enquanto ouço os passarinhos que cantam.
 
Tenho amigas e amigos que me amam, sei disso. Tenho alguma beleza, todo mundo tem. Tenho olhos de ver as transitoriedades e as permanências.
 
Permaneço disposto ao trabalho de lavar do mundo as injustiças, as perversidades, as arrogâncias, a insensibilidade. Prefiro chorar a saudade de quem partiu a partir alguém.
 
Gosto de palavras. E, você ja disse que tenho alma de poeta. Acompanhado ou na solidão, danço o amor. E aí me deito com as janelas abertas para ser despertado no primeiro raiar de luz.
 
Acordei, hoje, com o riso acompanhando a lembrança de que estou vivo. Vou, no cair da tarde, tomar café em sua casa .
 
De lá é bonito de se ver o pôr do sol, o primeiro pôr do sol de 2021. Gosto do sol se despedindo, porque sei que é só uma pausa.
 
E, como é domingo, vou aproveitar para escrever. Escrever sentimentos novos  com cheiro de flor, ou com cheiro de manga madura.
 
Ah, memórias bonitas que moram em mim. Mesmo as que não existiram, ainda.

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