quarta-feira, 27 de julho de 2022

A T É B R E V E

 




Até breve, eu ficarei por aqui procurando palavras, enquanto a garoa se derrama pelas ruas cinza, nesses dias frios.


Continuarei na mesma janela, embaçada pelo pó preto da indústria que deu origem a cidade, e que suja a piscina, fazendo com que a água seja tratada, filtrada em intervalos casa vez menores, dormindo com a persiana aberta esquecida na noite anterior.


Acordarei na mesma cama com as lembranças e as saudades já desbotados, outras e algumas recentrs amontoadas num canto qualquer.


Na pequena estante de madeira preta, pilhas de livros que releio, outros novíssimos e intocados, alguns clássicos e aqueles que me lembram você.


Me pergunto por onde tuas mãos caminharão? Por quais versos se perderão teus olhos? Quais lágrimas poderão  manchar novas páginas da poesia da tua vida? 


A poesia existe, porque só viver não basta, e apesar de tudo estamos vivos, resistindo a tanta estupidez, nós que já atravessamos muitos Saaras, resistimos aos brilhos da ilusão, sabemos que melhores virão, é o desejo que trago no coração!

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