quarta-feira, 13 de julho de 2022

Todas violentadas

 


Todos, homens e mulheres sentiu o que eu senti…Todos não, excetos aqueles que mugem, os que mantem a empatia intacta, sim!

De alguma forma, todas mulheres, foram violentadas pelo estuprador que se passava por anestesista.

Dez minutos de estupro, no momento mais vulnerável que uma mulher pode ter.

Ânsia, dor na barriga, nojo, revolta… Todos os sentimentos num só. Mas principalmente, vulnerável. Assim que julgo que elas se sentiram por ser mulher.

Sem direito de defesa, completamente anestesiada, aquela mulher sendo usada enquanto paria seu  filho é uma das coisas mais absurdas que eu já vi.

Não há parâmetros, adjetivos, qualquer palavrão que possa ser dido, para tentar de alguma forma externar o sentimento que a gente tem ao ver aquela imagem.

Mas o abuso, separado apenas por um lençol da outra equipe médica, escancara e descobre algo muito mais grave: a violência sofrida por todas essas mulheres, vítimas do algoz maior.

Primeiro de tudo, não houve respeito à lei. Toda mulher, seja no sistema público ou particular, tem direito a um parente dentro da sala de cirurgia. Por que ele ficava sozinho com elas? Por que a falta de cumprimento de uma lei facilitou tanto a ação desse nojento?

Mulheres salvas por uma rede de mulheres. Primeiro, a desconfiança e sagacidade das enfermeiras, mesmo diante de uma hierarquia dentro de um sistema de saúde, não se calaram! Fizeram de forma calculista o caçador virar a caça.

Depois, a força de uma equipe liderada por uma mulher que fez a prisão no local mais humilhante que ele poderia ter: o local onde ele se achava rei e era chamado de doutor.

Não existe lugar, hora, status, pronome que livre qualquer mulher de sofrer assédio, abuso, estupro. A única arma que a se tem é se unir, homens e mulheres, e contar com quem quiser entrar nessa luta.

E denunciar, dar a cara. É óbvio que ninguém vai forçar a vítima a se expor, mas elas têm que entender que não é exposição, mas prestação de serviço pra todas.

É mais do que isso, é dar voz e mostrar que quem tem que ter vergonha são eles, é ele, o "doutor". Nunca elas, as vítimas dessa história sórdida. e tão cruel

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