Eu achava que conversar com a gente mesmo era uma coisa comum. Agora desconfio que não é por vários motivos. Seja porque nossa ignorância é imensa, e isso não combina com a pressa de ter respostas rápidas, seja porque somos muitos e portanto os assuntos são os mais diversos possíveis. Ou seja, por outras questões que ainda vou descobrir, conversar com a gente não é fácil, e muitas vezes até proibido. Censurado, interrompido e inexplicável.
Se eu conseguir entender mais sobre isso talvez consiga melhorar a narrativa de meus textos. Preciso voltar ao teatro, ensaiar, escrever crônicas para gostar do que escrevo, ao ponto de lutar e de não abrir mão dos sonhos ou da ficção. Ao ponto de morrer entre as palavras, seus significados e sua presença. Ao ponto da busca de alguma essência que faz respirar e nos mover.
É preciso marcar encontros com a solitude, com os amigos, e com voce. É preciso estar onde o som se faz ritmo e a luz se faz vida.
É preciso estar dentro de nós para conhecer nosso potencial. É preciso ter prazer. É preciso ir ao encontro!
Encostei na cerca do metrô, vindo para a Cinelândia e tinha um cara com um trompete tocando garota de Ipanema.
Deu vontade de me perguntar de onde ele tirava inspiração para tocar naquele sol de meio dia. E eu, onde haveria de buscar inspiração naquele sol com os joelhos doendo?
Se não fosse as perguntas, pra que teríamos respostas!
Nenhum comentário:
Postar um comentário